31 de agosto de 2010


         A beleza agrada aos olhos mas 
é a doçura das ações 
que encanta a alma.

29 de agosto de 2010

Educação ,a Solução está no afeto !




                  A proposta do autor é uma "revolução educacional" pautada no afeto como solução para quebrar o paradigma da indiferença que permeia a relação educador-educando. Propõe que a empatia, é fundamental na formação de cidadãos capazes de interferir com reflexões e ações no meio o qual estão inseridos, e assim colaborar para a construção de uma sociedade mais justa e verdadeiramente democrática.

Observa-se que a familía se desponta como uma entidade ameaçada.Ela é a célula mãe da sociedade.A criança e o jovem que não são norteados por valores, pela ética, que não têm a formação de caráter no seio familiar certamente terão dificuldade em compreender o sentido do respeito e do afeto dispensados aos outros.Os pais perderam os parâmetros na formação intelectual e emocional de seus filhos.

Na busca de ter sempre mais deixam os filhos aos cuidados de terceiros, estimulam o processo de competição apresentando um modelo padrão a ser seguido:ser forte, ser respeitado significa ser o melhor em tudo.Enquanto o interessante é mostrar o ser humano em sua essência, eu devo respeitar o meu semelhante e a mim mesma como alguém cheio de potencialidades ,mais com várias limitações, devo aprender a conviver com as diferenças,diferenças: externas e internas.

Não é porque alguém conseguiu ser melhor que eu,em determinada situação que sou um fracassado,ou ao contrário.Devo aprender a vibrar com a vitória do outro.

A ausência dos pais na formação dos filhos causa a culpa que é amenizada com o famoso "sim".A falta de limite de orientação de um "não" firme vai colaborar na formação de um adolescente infracionário que em sua inconsequência será capaz de agredir o fraco, atear fogo em um mendigo, espancar uma mulher e dar uma justificativa medíocre,que pensava se tratar de uma prostituta.O limite é um ato de amor e respeito.

Os pais que orientam colocam regras conseguem formar seres humanos.Ao contrário de outros que estão formandos verdadeiros monstros.
Precisamos de uma escola que prepara o educando para assumir o seu papel de cidadão livre da escravidão e alienação, capaz de criar e recriar sem necessidade de robotizar-se,capaz de superar as dificuldades,apto à mudanças e diferenças sem se sentir ameaçado.

O professor nesse processo é a essência,nele está inserida a esperança de uma educação fundamentada no amor e no respeito no relacionamento do educador-educando, o sentimento do amor ou ódio,apatia ou empatia, terá grande influência no processo ensino- aprendizagem.

O professor deve promover a busca pela autonomia,respeitar a opinião do educando e reconhecer suas potencialidades.Saber que não existe um ser vázio o educando traz consigo conhecimentos, ele tem sua história e faz parte da história dos outros.

Reconhecer que o processo de ensino-aprendizagem vai além dos muros da escola.O professor não é o detentor do conhecimento,portanto não pode ser o transmissor deve intermediar, fazer intervenções mostrando o caminho.Ora caminhando junto, ora permitindo que o aluno caminhe só, mais com a segurança de quem tem o mestre bem próximo,no caso de precisar é só estender a mão.

O professor deve ter intusiasmo, paixão, deve vibrar com as conquistas do educando.Jesus foi o melhor modelo de mestre, todos queriam aprender com ele: olhos arregalados,ouvidos atentos,Jesus seduzia,enamorava.Teve autoridade sem ser autoritário.Conquistava a multidão que permanecia com ele,olhava nos olhos,chamava pelo nome,conhecia as fraquezas e respeitava a história de vida de cada um.Ninguém era obrigado a seguir Jesus, o seguiam porquê ele os encantava, amava e permetia ser amado.
Ser um professor comprometido com a educação baseada no afeto é sem dúvida uma proposta desafiadora.

                                Os livros do Gabriel Chalita encontram-se também  na
                                                Livraria Universitária da UFSM.

24 de agosto de 2010

Maria Machado Malta Campos Aud Pub SF Parte 1de2

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Quando a escola é de vidro




Quando a escola é de vidro


Eu ia para a escola todos os dias de manhã e quando chegava, logo, logo, eu tinha que me meter no vidro.
É, no vidro!
Cada menino ou menina tinha um vidro e o vidro não dependia do tamanho de cada um, não! O vidro dependia da classe em que a gente estudava.
Se você estava no primeiro ano, ganhava um vidro de um tamanho. Se você fosse do segundo ano, seu vidro era um pouquinho maior. E assim, os vidros iam crescendo à medida que você ia passando de ano.
Se não passasse de ano, era um horror. Você tinha que usar o mesmo vidro do ano passado.
Coubesse ou não coubesse.
Aliás, nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia nos vidros. E para falar a verdade, ninguém cabia direito.
Uns eram muito gordos, outros eram muito grandes, uns eram pequenos e ficavam afundados no vidro, nem assim era confortável.
A gente não escutava direito o que os professores diziam, os professores não entendiam o que a gente falava, e a gente nem podia respirar direito...
A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de Educação Física. Mas aí já estávamos desesperados de tanto ficar preso e começava a correr, a gritar, a bater uns nos outros...

Referência
ROCHA, Ruth

22 de agosto de 2010

A importância do afeto em sala de aula by Gabriel Chalita





Não há quem se sinta bem ao ser maltratado, desestimulado ou desprezado. Isso vale em um restaurante, em um posto de saúde, em uma Igreja ou em uma escola. Nesses afetos cotidianos, nota-se o papel da escola como protagonista de uma sociedade melhor. É na escola que se moldarão o caráter e a personalidade, que aprendemos os primeiros passos rumo à formação do ser humano. Já não há mais espaço para instituições que passam burocraticamente informações aos alunos sem o cuidado de formá-los devidamente para a vida.

Revista Clube Eu Gosto: Qual a importância e o resultado prático da afetividade no ambiente pedagógico?

Gabriel Chalita: O processo educativo envolve três grandes habilidades: cognitiva, social e emocional. A habilidade cognitiva trabalha com o processo constante de aprender novas idéias, conceitos e valores. A habilidade social desenvolve duas questões básicas: uma é a importância da cooperação, e a outra é a solidariedade. A habilidade emocional é a revelação do que há de mais nobre no ser humano: a capacidade de amar e de ser amado. Ela perpassa as outras duas. Não se aprende sem emoção e não se participa do jogo social sem emoção. A afetividade nasce dessa certeza de que o aluno aprende quando se sente valorizado, acolhido, respeitado. Portanto, o resultado prático é a construção de um espaço mais harmônico em que as heterogeneidades convivam em paz. E, além disso, a real possibilidade de aferir os resultados de uma educação com mais qualidade e significado para os aprendizes.

RCEG: Que ações e comportamentos práticos demonstram essa afetividade em sala de aula?

Gabriel Chalita: Afetos cotidianos. Os professores têm de conhecer os seus alunos. Sei que isso não é fácil. Mas o ideal é o que propunha Aristóteles: o educador tem de ser como o médico. O médico precisa conhecer o paciente antes de prescrever um medicamento. Há doses diferentes do remédio de acordo com a necessidade de cada um. O educador tem de ir percebendo a evolução do aprendiz. E ir conduzindo com leveza os seus passos. Na prática, significa que o professor deve se preparar para entrar em uma sala de aula. Saber o nome dos alunos. Diferenciar autoridade de autoritarismo. Compreender que a didática da sala de aula precisa ser mais envolvente. O aluno participa melhor quando se sente desafiado a resolver problemas, quando percebe que as suas dúvidas são respeitadas. Não acredito na teoria do medo para garantir o bom comportamento em sala de aula ou evitar a algazarra.

RCEG: É possível conseguir disciplina com afeto?

Gabriel Chalita: Sem dúvida. Dom Bosco, o fundador dos salesianos, dizia que não basta aos jovens que sejam amados, eles precisam sentir que são amados. Ele tinha o desafio de cuidar de crianças cuja rebeldia fazia com que não fossem aceitas em escola alguma. E, aos poucos, ele ia conquistando uma a uma. O cinema é rico em exemplos assim. Professores que transformam a desconfiança ou a apatia dos seus alunos por meio de relações educadas, ternas, competentes. Evidentemente, não basta uma postura cordial, se o professor não se prepara, se não tem o que dizer.
Conteúdo e forma são essenciais para que os alunos se interessem pela aula. O professor precisa despertar a curiosidade do aluno, compreender o erro e não supervalorizá-lo. E investir em uma relação que faça com que o aluno fique constrangido em ser indisciplinado, já que é tratado com tanto respeito. Uma regra básica: todo educador tem de ser educado. Esse já é um caminho para ter uma relação melhor entre mestre e aprendizes.

RCEG: Se a relação de afeto é uma relação com base na cumplicidade como conseguir isso do aluno?

Gabriel Chalita: Aos poucos, como toda relação de afeto. Não adianta o professor chegar a uma sala de aula e dizer que ama os alunos ou que tem afeto por eles. Essas coisas não precisam ser ditas. O tempo vai mostrando o quanto aquele professor gosta de lecionar, o quanto ele se prepara para ajudar os alunos a encontrar os próprios sonhos. Trata-se de uma conquista cotidiana. O primeiro dia de aula é fundamental. O primeiro contato tem de ser de acolhimento e investigação. Não há matéria chata. E o professor tem de se dar conta de que a didática precisa servir a essa causa de buscar na vida a continuação do conhecimento partilhado na sala de aula. É como oferecer o aroma de uma flor sem mostrá-la e esperar para ver os alpinistas escalar montes à sua procura. Paulo Freire dizia que o primeiro caminho para que o professor tenha sucesso é ver sua postura diante da vida. Quem gosta de viver tem chance de ser um bom professor; quem não gosta, fica mais difícil. Creio que o que o mestre queria dizer como isso é que a fremente aventura da vida não pode se reduzir a atitudes burocráticas, mas ao êxtase da boniteza da vida em que ensinamos e aprendemos constantemente - aí está a cumplicidade!

RCEG: Um dos resultados práticos da psicologia do afeto é o fortalecimento da autoestima. Como lutar contra o bullying, uma prática comum nas escolas e que vai contra a filosofia do afeto.

Gabriel Chalita: o bullying é uma atitude de não convivência, de não harmonia nas relações humanas. Nasce do preconceito contra alguém que é diferente. Aí começa o problema, porque diferentes são todos. Não há pessoas iguais, nem os gêmeos. E conviver com a diferença faz parte da habilidade social. O bullying coloca no agressor o direito de destruir a vítima física ou moralmente. A vítima, debilitada, sente-se menor que os demais. Os que assistem também se diminuem. Aprendem antivalores. Acredito que o agressor ou os agressores sejam também vítimas. Não acredito que alguém nasça violento ou preconceituoso. Essas coisas são aprendidas em casa, na mídia, no contato com outras pessoas. Recentemente, os meios de comunicação mostraram uma mãe incentivando a filha a brigar na porta de uma escola. Na entrevista, ela não teve dúvidas: “Minha filha nasceu para bater e não para apanhar”. É impressionante como os pais estão distantes do que seria uma educação de qualidade. Alguns são ausentes; outros, sufocantes; outros, competidores ávidos que não admitem um erro dos filhos. Querem sempre vê-los no primeiro lugar do pódio. Ledo engano. A infância tem de ser o tempo da infância. Com as brincadeiras da infância. Cada coisa no seu tempo. Aliás, em vez de transformá-las em adultos deveríamos fazer o inverso, redescobrir a criança adormecida nos adultos.

RCEG: O material didático tem alguma importância nesse processo de aplicação pratica de afeto?

Gabriel Chalita: Todo material é importante para instrumentalizar os caminhantes. O material didático não pode frustrar a autonomia, ao contrário, tem de despertar a curiosidade em impulsionar a competência na resolução de problemas. Assim, também, o chamado material paradidático. O livro é um instrumento precioso. A tecnologia evidentemente trouxe um novo tempo para o processo educativo, mas o livro, a contação de histórias, o convívio são a essência de um processo de crescimento, como já dissemos, cognitivo social e emocional entre alunos e professores. Lembro-me de uma de uma das minhas primeiras professoras que toda sexta-feira nos colocava no chão para ouvir uma historia. Às vezes lia, às vezes contava. E no momento mais curioso da narrativa, fechava o livro ou a boca, dava uma pausa, e a noticia de que o final da historia ficaria para a segunda-feira. E aí estava a curiosidade. Havia poucos livros na biblioteca e quase sempre não conseguíamos encontrar o final. Não havia Internet. Esperávamos ansiosos pela segunda-feira para saber o desfecho. Era assim, na simplicidade da releitura de Sherazade que aquela professora/fada de uma escola pública do interior, com seu condão, tocava os nossos sentimentos e ensinava que nos livros estavam universos fascinantes que, quando descobertos, nos dariam a vitória singela atribuída aos desbravadores.

Os livros, os materiais tecnológicos estão aí para ser desbravados. E é por isso que a educação não pode aleijar a coragem, ao contrário, deve incentivá-la. Sem a coragem, as outras virtudes se intimidam.

                     Fonte : aqui   - Blog do Gabriel Chalita

                       Para conhecer a trajetória do GABRIEL CHALITA  que agora é candidato a  DEPUTADO FEDERAL  -4030- entra no seu site que esta muito bonito e didádico

19 de agosto de 2010

Teimosia pacífica by Fotos que Falam




“As coisas que queremos e parecem impossíveis só podem ser conseguidas com uma teimosia pacífica”
Mahatma Gandhi

O amor na educação...



O amor na educação...

Prof. Amilcar Bernardi

A questão que se apresentou no grupo de professores era a seguinte: o professor ensina por amor às crianças ou não? Fiquei a refletir. Para darmos aulas devemos amar as crianças (e, por consequência, os adolescentes)? Haverá aqui algum problema semântico do tipo, a que amor nos referimos? Em outro momento ouvi de uma professora a seguinte frase: “Mais que amar crianças, temos que amar ensinar.” Pensei: estamos falando agora de coisas diferentes?


Amor? Confesso que não sei o que escrever de definitivo sobre esse tema. Porém, tenho uma certeza: amor é vínculo. Não sei dizer também se todo o vínculo motivado por amor é prazeroso. Nem sei se é possível dizer quais vínculos são melhores ou piores. Entretanto, sei que amor é estar afetado. Portanto, amar a criança é muito importante, faz a ponte. Óbvio. Mas nem todos que amam crianças dão aulas (ou boas aulas). Portanto, é um quesito, mas é apenas um dos quesitos importantes. Um dos, que fique claro. Se assim não fosse, toda pessoa que ama, daria aulas.

Lembrei da minha tão amada Filosofia. O conceito clássico (vago, mas interessante) é que a Filosofia é o amor à sabedoria. Ou seja, amar a sabedoria é um tipo de afetar e afetar-se extremamente importante para quem é educador. Creio que, amar a sabedoria é tão importante quanto amar a criança/aprendiz. Sem desejar a sabedoria de nada adianta desejar educar. Todo o educador tem que se assemelhar a um filósofo da educação! Portanto, um amante de crianças, da sabedoria e também um amante de todas as questões que envolvem a educação.

Agora posso discutir a frase da professora quando ela dizia que temos que amar ensinar. Amar ensinar acrescenta novo sentido a ensinar por amor. Aqui, o ato de ensinar é (ou também é) objeto de amor. Penso que estamos num patamar semântico muito interessante. Esses amores todos são diferentes, embora não excludentes. No entanto, apaixonar-se pelo ato de ensinar, quando penso em escolas, é muito mais interessante. Aproxima-se da Filosofia, pois reflete sobre o como, o porquê e sobre a qualidade da aprendizagem. Nesse patamar, amamos a todos os aprendizes e a todos os que pensam sobre o ato de ensinar. Também é provável que amemos a humanidade, pois sem a paixão pelo ensinar, nada de bom será ensinado às pessoas todas.

Amar a criança é uma coisa. Amar as possibilidades de fazê-la crescer na aprendizagem acadêmica de maneira prazerosa, virtuosa e ética é outra coisa (ou outro patamar). Todos devemos amar crianças e jovens. Mas nem todos devem, por isso, tornarem-se professores.


Amilcar Bernardi
Vice-diretor de escola,professor de Filosofia, Psicopedagogo,palestrante, escritor, Conselheiro Municipal de Educação e articulista. Twitter: @amilcar_bernard
                             Fonte :  Blog Prof Amilcar Bernardi

17 de agosto de 2010

Crianças, Sim! Infância, Não?



Crianças, Sim! Infância, Não? Breves Relatos Sobre a História da Infância e da Educação Infantil: Uma Conquista Recente e de Vários Atores

RESUMO:
É a história da infância e algumas análises atuais de estudos sobre a área da educação infantil que iremos partilhar/contar. A preocupação com o crescimento e desenvolvimento saudável das crianças, o atentar para a sua formação como ser humano concreto, produtor de história e cultura e capazes de interagir com e no mundo desde bebês, bem como a criação de espaços institucionais educacionais para atendê-las com profissionais habilitados-diplomados, respeitando os direitos outorgados às crianças e suas especificidades, são algumas das conquistas que presenciamos atualmente, na contemporaneidade.

A preocupação atual com o desenvolvimento e crescimento saudável de nossas crianças, principalmente, no que concerne aos cuidados de higiene, saúde, alimentação, e também ao pensar a educação de qualidade a elas, tornou-se um debate tanto da esfera pública (sociedade e órgãos governamentais) como da esfera privada (família). Algumas das preocupações e anseios que rememoramos aqui é a importância dos adultos respeitarem, cuidarem, e proverem de todas as condições necessárias para o bom desenvolvimento das crianças nos seguintes aspectos: psicológico, físico, social, cognitivo e emocional. Além disso, atentamos à importância da inscrição das crianças como portadoras de direitos, ou seja, inscritas na cidadania. Todavia, o que, hoje, é natural para nós, no tocante à importância da criança e de sua prioridade, bem como o afeto que dispensamos a ela, nem sempre foi assim no cenário ocidental. As crianças sempre existiram, sendo consideradas, no decorrer da história da humanidade, como seres biológicos de geração mais jovem, mas falar de infância é algo recente, ou seja, a categoria “infância” que abrange todas as crianças de diversas culturas e sociedades foi construída socialmente no início da Idade Moderna (século XVIII). 

Falamos da brevidade da constituição da infância como categoria social de estatuto próprio, visto que a história da humanidade compreende vários milênios, por isso falar de infância é algo recente

Num período anterior ao século XII, desconhecia-se a infância ou não havia lugar para ela, ou seja, o sentimento de infância não era interessante em tempos antigos e na Idade Média. Nessa época, a criança era diferente do adulto apenas no tamanho e na força, enquanto as outras características permaneciam iguais, possibilitando, assim, o entendimento dela como uma miniatura do adulto. A criança não se diferenciava do adulto nem na roupa que vestia e muito menos no trabalho que executava. A criação desse sentimento de infância, no que se refere ao cuidado e atenção dispensado às crianças, começou a surgir com o Renascimento para concretizar-se nos séculos das luzes – Iluminismo - no século XVIII. 


O olhar à infância já supõe mudanças desde o início da idade moderna, quando os adultos começam a perceber as especificidades do infantil e seu tempo diferenciado da idade adulta. É na modernidade que se concebe a atenção para a educação da criança pequena, e o pensar a infância como uma categoria social de estatuto próprio dotada de valoração social, com identidade, surgindo como consequências o aprofundamento de estudos envolvendo as áreas médica, a psicologia, a sociologia, e a educação/pedagogia. 



 
A construção da história da infância foi resultado de uma produção complexa de representações das crianças, da estruturação dos seus modos de vida e de seus cotidianos, e, principalmente, da criação de organizações sociais para a infância. Evidenciamos aqui a criação de instituições de atendimento à infância, como creches e pré-escolas, as quais são uma conquista recente relacionada à educação infantil, a qual abrange crianças de zero a seis anos, especialmente, da nação brasileira, na contemporaneidade.

A conquista da legalidade do acesso das crianças em creches e pré-escolas é uma vitória de vários atores (professores (as), mães e pais trabalhadoras (es), pesquisadores (a), entre outros) em prol da garantia por espaços de atendimento em instituições visando à Educação Infantil na esfera pública, ou seja, mantidas pelo poder público. Rememoramos o Movimento Feminista, nas décadas de 1970 e 1980, em que se acirrou o debate para que a educação da criança pequena fosse complementar a esfera privada da família, sendo constituída por profissionais habilitados, isto é, diplomados para o atendimento educacional. Assim, o movimento tinha por finalidade que as crianças pudessem exercer a cidadania e conviver com a diversidade cultural brasileira nesses espaços institucionais, criando e recriando a cultura infantil.

Ao lutarem pela implementação da creche e da pré-escola, os movimentos sociais e vários outros protagonistas garantiram na Constituição de 1988 o direito da criança a creches e a pré-escolas em lugares específicos e formais de ensino. Todas essas conquistas que evidenciamos no momento presente têm uma história permeada por muitos debates, pesquisas, e lutas para a garantia do direito da criança à educação infantil e pela sua visibilidade no cenário das políticas educacionais.
É relevante pontuar que a trajetória da educação infantil, no Brasil, fundamentou-se pela construção de uma Pedagogia da Educação Infantil, voltada às pesquisas nas diferentes áreas do conhecimento, buscando conhecer a criança em espaços coletivos, ou seja, nos Centros de Educação Infantil, na produção das culturas infantis. Outro aspecto preponderante aos atuais estudos voltados à educação da infância (zero a seis anos de idade) é pensar espaços educacionais não-escolarizantes, em que as necessidades, especificidades, e particularidades das crianças sejam ouvidas, percebidas. Com isso, deve-se criar uma relação de pertencimento a elas no ambiente e nas relações estabelecidas nos Centros de Educação Infantil, bem como a produção de conhecimento através das múltiplas linguagens (oralidade, escrita, música, artes plásticas e visuais, movimentos, brincadeira, entre outras) expressas pela criança.
Ao ponderarmos o debate sobre a história da(s) infância (s) e os lugares em que elas vivenciam o seu momento de serem crianças, principalmente, os espaços institucionalizados de educação infantil, é concebido como um debate recente e um projeto da modernidade; a produção de políticas educacionais para a educação das crianças até seis anos é contemporânea, ou seja, uma conquista recentíssima das últimas décadas do século XX no Brasil.

 
1 Pedagoga e mestranda em Educação – UFSM/CE/PPGE. E-mail: dorkass@desbrava.com.br
2 Professora Dra do Programa de Pós-graduação em Educação – UFSM/CE/MEN/PPGE. E-mail: netcleo@gmail.com
Como citar esta matéria:
TUSSI, D; TOMAZZETTI, C.M. Crianças, Sim! Infância, Não? Breves Relatos Sobre a História da Infância e da Educação Infantil: Uma Conquista Recente e de Vários Atores. P@rtes. Maio de 2010. Disponível em



Jornada Acadêmica Integrada UFSM




Trabalhos

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    De 02/08/2010 00:00:01 a 16/10/2010 23:59:59
  •                               Consultar  aqui

13 de agosto de 2010

O Balão Vermelho (Média-metragem) - parte 2


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Resenha:
Vencedor do Oscar de Roteiro Original e de Melhor Curta Metragem em Cannes em 1957, O Balão Vermelho (Le Ballon Rouge, 1956) consegue, em pouco mais de 30 minutos, envolver o espectador de uma forma inexplicável.
Dirigido e roteirizado pelo francês Albert Lamorisse, o filme conta a história do menino Bastian (Pascal Lamorisse, filho do diretor), que encontra por acaso um balão vermelho a caminho da escola.

Mostrando uma França suja, cinzenta e em ruías, o filme acompanha a dedicação do menino com seu reluzente balão vermelho pela cidade. A caminho da escola, podemos observar os olhos dos que passam e observam a única coisa colorida da cidade, em um destaque tão contrastante que emociona e choca. Afinal, vermelho pode significar muitas coisas: pecado, sangue, vida. E são coisas que a sociedade da época (e de hoje) procura esconder debaixo de suas vidas sem cor.

Com uma câmera observadora recheada de planos longos temos, muitas vezes, a impressão de estarmos diante de um belo quadro ou uma esplêndida fotografia, favorecida pela emocionante trilha sonora. E o balão ganha vida – e dá vida ao menino Bastian. Com vida própria, o balão foge, volta, voa para onde quer, tudo com efeitos especiais muito bem realizados para a época.
Quando a inveja, a maldade e a incompreensão tomam conta do filme, Bastian precisa defender seu balão a todo custo das garras das outras crianças, que querem roubar e/ou destruir seu objeto de desejo.
Com ternura no olhar e muita esperteza, o garoto defende o símbolo de sua transgressão ao máximo. É impossível não abrir um largo sorriso quando o menino passa ao lado de uma menina com um balão azul e os balões fogem de suas mãos e se seguem. Simples e poético.

O balão vermelho, após incessante fuga é, finalmente, destruído pelos outros garotos. Eis que o maravilhoso final toma forma: todos os balões da cidade seguem, como em procissão, ao encontro de Bastian. Das mais diversas cores, o céu da cidade se colore de vermelho, amarelo, verde e azul, dando ao menino a oportunidade de voar. Extremamente poético, O Balão Vermelho era um projeto extremamente pessoal de Albert Lamorisse, um diretor obcecado pelas alturas. Paixão que inclusive lhe tirou a vida quando, aos 48 anos, o helicóptero em que filmava um documentário caiu no Irã, em 1970.


Fonte : aqui

Rotinas na Educação Infantil.


Olá . Um tema importante em Educação Infantil é a rotina . Como organizar sem roubar a infância e o tempo precioso de ser criança. Coloco aqui uma parte de uma entrevista que as alunas de Pedagogia da UFSC fizeram com a Professora Maria Carmem Silveira Barbosa . Espero que gostem e reflictam :afinal as crianças de hoje devem ser submetidas a rotinas ?
PÔR AMOR E FORÇA: Rotinas na Educação Infantil.
Profa. Maria Carmem Silveira Barbosa

Em conversa informal com a professora Maria Carmen, por ocasião do Seminário de comemoração aos 20 anos do Núcleo de Desenvolvimento Infantil – NDI/UFSC - A infância sob um olhar multidisciplinar, tivemos a oportunidade de conhecer um pouco sobre a tese de doutorado dela e sobre as considerações que faz a respeito da rotina na Educação Infantil.
O TEMA

- " Meu trabalho de Doutorado é relacionado à rotina na escola. A questão da rotina para mim como educadora era difícil porque eu sempre fui uma pessoa meio desorganizada. Em função dessa minha inabilidade de lidar com horários e o descontrole que a rotina fazia sobre minha vida, resolvi escolher um tema que na supervisão de estágio inquietava também as alunas, pois haviam escolas que tinham rotinas pré-determinadas, igual para todas as classes, do berçário aos seis anos. Penso que isso é um absurdo, porque as necessidades das crianças são diferentes. Aí eu resolvi colocar esta questão, só que eu não queria fazer um estudo da rotina dentro da escola. 

- A minha primeira pergunta era: Por que é que se organiza o trabalho pedagógico em torno da rotina na educação infantil? 
Comecei a levantar hipóteses: Será que isso é uma herança da puericultura, será que é uma herança do higienismo? Então, resolvi pesquisar na história e compreender como é esta questão de se constituir uma vida rotinizada. 



OS PRIMEIROS ACHADOS

Até a modernidade as crianças e velhos ficavam todos juntos nos grandes asilos, nos hospitais, não existia o específico. Foi exatamente na modernidade que surgiram essas instituições todas, aí é que vai se trabalhar com o específico: spede vai para hotel; louco para hospício; doente para hospital. Pode-se ver que a raiz de tudo é ho, tudo a mesma origem porque era a mesma instituição que abrigava a todos. E estas instituições vão se constituir na modernidade com este regramento, com esta normatividade. 
A pesquisa também se estendeu ao campo da Sociologia, da Antropologia, da Filosofia, onde questões da religião também vão aparecer na constituição da rotina. 
Assim, a primeira fase da tese foi tentar organizar a parte mais social da rotina, como ela chegou na Educação Infantil.


COTIDIANO OU ROTINA?

A segunda parte do trabalho foi a revisão de literatura dos grandes pedagogos: Froebel, Pestalozzi, Montessori, Dewey. O que esses autores falam de rotina? Depois procurei na literatura brasileira contemporânea o que se fala sobre rotina. 
Eu vou um pouco por aí, fazendo uma distinção entre rotina e cotidiano. O cotidiano é o tempo vivido pela gente; a rotina é uma construção que se faz para organizar o cotidiano. Tento separar porque existe muita gente usando rotina e cotidiano como sinônimos. 
                   Para continuar sua leitura entra aqui
                   Fonte: revista Zeroseis Numero 2
 

9 de agosto de 2010

As Cem Linguagens da Criança






As Cem Linguagens da Criança
A criança
é feita de cem.
A criança tem
cem mãos
cem pensamentos
cem modos de pensar
de jogar e de falar.
Cem sempre cem
modos de escutar
as maravilhas de amar.
Cem alegrias
para cantar e compreender.
Cem mundos
para descobrir.
Cem mundos
para inventar.
Cem mundos
para sonhar.
A criança tem
cem linguagens
(e depois cem cem cem)
mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separam a cabeça do corpo.
Dizem-lhe:
de pensar sem as mãos
de fazer sem a cabeça
de escutar e de não falar

de compreender sem alegrias
de amar e maravilhar-se
só na Páscoa e no Natal.
Dizem-lhe:
de descobrir o mundo que já existe
e de cem
roubaram-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe:
que o jogo e o trabalho
a realidade e a fantasia
a ciência e a imaginação
o céu e a terra
a razão e o sonho
são coisas
que não estão juntas.
Dizem-lhe:
que as cem não existem
A criança diz:
ao contrário, as cem existem.

Escrito por C. Edwards e L. Gandini e G. Foman    

3 de agosto de 2010

Conceitos e concepções paradigmáticas frente à ludicidade na infância





                                           Fonte : Revista Virtual Partes

                    Autoras: Helenise S. AntunesJamily Charão Vargas -

Quando se pesquisam as práticas pedagógicas realizadas com crianças pequenas no decorrer de sua alfabetização, reflete-se sobre as estratégias e metas para um trabalho docente de maior qualidade didática, que priorize o desenvolvimento pleno dessas crianças que compõe este nível de ensino. Neste momento, pensar a ação pedagógica significa voltar à atenção para o processo de aprendizagem infantil, para o bem-estar do aluno, respeitando as exigências da fase de desenvolvimento motor, psíquico, cognitivo, social e cultural.  Frente a isso, torna-se necessário pensar além dos conteúdos e técnicas a serem trabalhados na primeira infância, mas também, e principalmente, elaborar atividades que contemplam a infância. Nesse sentido, trabalhar com a ludicidade, permitindo a livre expressão do esquema corporal, da curiosidade, da criatividade, da fantasia e imaginação dos pequenos é muito importante.

                                               
 
Ao longo de estudos sobre a epistemologia educacional, algumas leituras instigam novos pensamentos e questionamentos frente à esta temática da “ludicidade na infância”, o que contribui para o desenvolvimento desta reflexão. Assim, reflete-se alguns determinismos culturais influenciadores do modo das crianças viverem espaços e atividades lúdicas ao longo dos tempos. Assim, são construídas perspectivas para a abordagem da ludicidade e da infância visto que, inerente a elas, estão os processos culturais e históricos da sociedade. Compreende-se que não há possibilidade de pensar a ludicidade para crianças sem estudar a infância e os conceitos que a sociedade lhe atribuiu ao longo do tempo. Assim, também não se pode estudar a infância sem enfatizar as práticas lúdicas utilizadas nos diferentes tempos históricos e nas distintas culturasEntretanto, Brougère (1995) afirma que os estudos existentes sobre as práticas lúdicas, até então, não costumam muito associá-las à cultura e à história da sociedade, o que seria bastante relevante, e mesmo fundamental.


 
A história da evolução do brinquedo, das brincadeiras e dos jogos infantis, bem como a história da infância e dos conceitos que se construiu dela, baseia-se na história e na cultura da sociedade. É importante que se entenda a infância como uma fase que nem sempre foi conceituada da maneira que é atualmente, podendo ser vista de diferentes perspectivas dependendo do tempo histórico, do lugar e da cultura em questão. Dessa forma, também a ludicidade, presente nessa fase da infância, sofre mudanças em seu conceito e concepções, mudanças estas determinadas pela época histórica e, principalmente, pela cultura da sociedade. Nesse sentido, segundo Morin (1991), para o indivíduo constituir-se e desenvolver seu conhecimento deve fazer parte de uma cultura, a qual é o ponto determinante na construção social. Assim, há um movimento recíproco, no momento em que a cultura determina o ser humano, e é determinada por ele.

Segundo Brougère (1995), no período histórico de Rousseau não era aceitável atribuir valor a comportamentos espontâneos originados pela própria criança, o que desvalorizava os atos lúdicos e, consecutivamente, a existência das práticas lúdicas. Já durante o Romantismo, Brougère (1995) afirma que houve a exaltação e valorização dos comportamentos naturais das crianças pela sociedade, pois se enxergava neles uma verdade maior que aquelas provindas da razão por meio dos conhecimentos já constituídos. Nesse período, a sociedade passou a compreender a sociabilidade como destruidora de qualquer espontaneidade existente nas pessoas. Assim, houve uma total reavaliação do conceito de ludicidade, a qual passa a ser entendida como o “comportamento por excelência da criança”. Conforme Ariès (1986, p.275), ao comentar sobre a visão dos adultos perante a infância..." Interessante não ? Gostou ? então acesse aqui ....até! Boa leitura !
                         

     


2 de agosto de 2010

A abordagem inovadora do Reggio Emilia





                                                     Fonte : E.Educacional


Uma das abordagem para a Infância , reconhecida mundialmente como a melhor na atualidade , e que tem sido fonte de inspiração e estudo é Reggio Emilia , criada por Loris Malaguzzi. Sua história e fascinante . Surgiu no final da segunda guerra mundial . Na Itália um grupo de pais , preocupado com a destruição da escola , começou a reconstruir-la nos finas de semana.  Como conseguir dinheiro ? venderam um tangue de guerra esquecido pelas tropas alemãs. Loris Malaguzzi , sabendo desta noticia , viaja ate o vilarejo de Reggio Emilia e começa assim uma abordagem de 0 a seis anos , que não pretendia ser uma creche para substituir a ausências dos pais , que necessitavam trabalhar , mas que realmente respeitasse os direitos das crianças , sua capacidade de aprender , sua curiosidade , e seu direito de ser criança . A abordagem foi amadurecendo ao longo dos anos , os resultados , ficaram conhecidos pela exposição que viaja ao mundo das produções artísticas das crianças. Não ! Não e uma escola de artes , eles compreendem o aprendizado simbólico da criança que passa pelas expressões artísticas . O interesse , sao alguns pontos como ouvir as crianças , observa-las e a partir da escuta , elaborar os projectos e currículos . As escolas não funcionam isoladas , a parceria com a comunidade , é fundamental . Quanto aos pais participam efetivamente de todo processo de aprendizado , seja colaborando com os projecto ,ou participando do conselho  e reuniões. A criança sente segura, porque é respeitada em seus vínculos , que esta enraizada em um grupo social , uma comunidade mais amplas , e todas suas necessidade próprias da idade , são  levadas em conta , como a "hora do soninho ", suas teorias e percepções e encorajada a ir além , construindo sua autonomia .

Para  você conhecer mais sobre esta Abordagem vale a pena ler esta entrevista que o Portal Educacional ,entrevisto Maria Cecíllia Cury

Meu filho tem 2 anos e meio e já freqüenta a escola. Ele corre o risco de um dia enjoar de estudar por começar tão cedo? Existe alguma literatura indicada para essa questão?

Jamais uma criança vai enjoar de estudar por ter começado a freqüentar a escola infantil muito cedo. A escola infantil oferece inúmeras oportunidades para a criança expressar-se por meio de atividades prazerosas: pintura, desenho, música, movimento, leitura, escrita, escultura, dança, teatro. Além disso, toda e qualquer atividade na escola infantil é permeada pelo lúdico.

Tudo se transforma numa grande festa. Os jogos, os brinquedos, as brincadeiras estão sempre presentes e, o mais importante, a criança vai construindo hábitos e atitudes, competências e habilidades, valores e conhecimentos de uma forma leve, natural e agradável.
Além disso, a criança inicia a aprendizagem pela convivência. Diz um provérbio popular: “O melhor brinquedo para uma criança é outra criança”.

Na escola infantil, a criança convive com outras crianças, e isso é superdivertido. Ela passa a ter um grupo da sua idade para brincar, viver interessantes experiências e significativas trocas. No grupo, ela aprende as regras da convivência: dividir, partilhar, fazer valer seus direitos, respeitar o espaço e o direito do outro. É um grande ganho. Depoimentos de jovens adultos que começaram muito cedo em escolas infantis revelam uma lembrança muito positiva e cheia de afetividade daquela época.

Fique tranqüila. Seu filho está bem. Ninguém enjoa do que é bom.

Quanto à bibliografia, recomendo: Brincar na Pré-Escola. Gisela Wajskop. Ed. Artmed; Creche: Crianças, Faz-de-conta e Cia. Zilma de Moraes Oliveira. Ed. Cortez; e Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. Tizuko Kishimoto. Ed. Cortez.
Indico, ainda, as obras de Maria Tereza Maldonado como leitura interessante sobre a relação entre pais e filhos: Comunicação entre Pais e Filhos (Editora Saraiva) e Como Cuidar de Bebês e Crianças Pequenas. Para mais informações, acesse o site www.mtmaldonado.com.br

Você poderia citar quais são os critérios aplicativos do referencial pedagógico do Reggio Emilia para que possamos ampliar nosso conhecimento sobre sua teoria e prática, bem como bibliografias existentes? (Adelina Barbosa Ramos, Santos, SP)
Loris Malaguzzi, o idealizador da abordagem Reggio Emilia, pensou na escola como uma construção em contínuo ajuste que deve, de tempos em tempos, rever seu sistema sem interromper seu curso natural. Considerava fundamental que o sistema de escolarização se expandisse para o mundo da família, integrando-a e respeitando seu direito de conhecer e participar do trabalho desenvolvido pela escola. Ponderava ser essencial que o foco de seu sistema fosse a criança, mas não só ela. Era preciso que os professores e as famílias fossem vistas como centrais para a educação das crianças.

Em Reggio Emilia, a educação é estruturada tendo por base o relacionamento e a participação. A relação é a dimensão fundamental de conexão do sistema, entendido como uma conjunção dinâmica de forças e elementos interagindo para uma finalidade comum. É importante que a escola seja confortável, de modo que todos se sintam em casa e os três protagonistas principais possam incorporar maneiras de intensificar suas relações, garantindo total atenção aos problemas da educação e ativando a participação e a pesquisa.

A intensa atividade na exploração e criação em grupo refina habilidades de comunicação e ajuda o grupo a manter-se aberto e receptivo a mudanças.

O objetivo do projeto educacional Reggio Emilia é, segundo seus educadores, criar uma criança protagonista, investigadora, capaz de descobrir os significados das novas relações e de perceber os poderes de seus pensamentos por meio da síntese de todas as linguagens: expressivas, comunicativas e cognitivas.
Bibliografia:

Edwards, Carolyn. As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Editora Artmed, 1999.
Malaguzzi, L. A historical outline, data, and information. Reggio Emilia, Italy: Center for Education Research.
Rabbit, G. A procura da dimensão perdida: uma escola de infância de Reggio Emilia. Editora Artmed.
Rinaldi, C. The Reggio Emilia approach. A paper presented at the Conference on the Hundred Languages of Children, Detroit, MI. 1991.

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