13 de agosto de 2010

O Balão Vermelho (Média-metragem) - parte 2


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Resenha:
Vencedor do Oscar de Roteiro Original e de Melhor Curta Metragem em Cannes em 1957, O Balão Vermelho (Le Ballon Rouge, 1956) consegue, em pouco mais de 30 minutos, envolver o espectador de uma forma inexplicável.
Dirigido e roteirizado pelo francês Albert Lamorisse, o filme conta a história do menino Bastian (Pascal Lamorisse, filho do diretor), que encontra por acaso um balão vermelho a caminho da escola.

Mostrando uma França suja, cinzenta e em ruías, o filme acompanha a dedicação do menino com seu reluzente balão vermelho pela cidade. A caminho da escola, podemos observar os olhos dos que passam e observam a única coisa colorida da cidade, em um destaque tão contrastante que emociona e choca. Afinal, vermelho pode significar muitas coisas: pecado, sangue, vida. E são coisas que a sociedade da época (e de hoje) procura esconder debaixo de suas vidas sem cor.

Com uma câmera observadora recheada de planos longos temos, muitas vezes, a impressão de estarmos diante de um belo quadro ou uma esplêndida fotografia, favorecida pela emocionante trilha sonora. E o balão ganha vida – e dá vida ao menino Bastian. Com vida própria, o balão foge, volta, voa para onde quer, tudo com efeitos especiais muito bem realizados para a época.
Quando a inveja, a maldade e a incompreensão tomam conta do filme, Bastian precisa defender seu balão a todo custo das garras das outras crianças, que querem roubar e/ou destruir seu objeto de desejo.
Com ternura no olhar e muita esperteza, o garoto defende o símbolo de sua transgressão ao máximo. É impossível não abrir um largo sorriso quando o menino passa ao lado de uma menina com um balão azul e os balões fogem de suas mãos e se seguem. Simples e poético.

O balão vermelho, após incessante fuga é, finalmente, destruído pelos outros garotos. Eis que o maravilhoso final toma forma: todos os balões da cidade seguem, como em procissão, ao encontro de Bastian. Das mais diversas cores, o céu da cidade se colore de vermelho, amarelo, verde e azul, dando ao menino a oportunidade de voar. Extremamente poético, O Balão Vermelho era um projeto extremamente pessoal de Albert Lamorisse, um diretor obcecado pelas alturas. Paixão que inclusive lhe tirou a vida quando, aos 48 anos, o helicóptero em que filmava um documentário caiu no Irã, em 1970.


Fonte : aqui

Rotinas na Educação Infantil.


Olá . Um tema importante em Educação Infantil é a rotina . Como organizar sem roubar a infância e o tempo precioso de ser criança. Coloco aqui uma parte de uma entrevista que as alunas de Pedagogia da UFSC fizeram com a Professora Maria Carmem Silveira Barbosa . Espero que gostem e reflictam :afinal as crianças de hoje devem ser submetidas a rotinas ?
PÔR AMOR E FORÇA: Rotinas na Educação Infantil.
Profa. Maria Carmem Silveira Barbosa

Em conversa informal com a professora Maria Carmen, por ocasião do Seminário de comemoração aos 20 anos do Núcleo de Desenvolvimento Infantil – NDI/UFSC - A infância sob um olhar multidisciplinar, tivemos a oportunidade de conhecer um pouco sobre a tese de doutorado dela e sobre as considerações que faz a respeito da rotina na Educação Infantil.
O TEMA

- " Meu trabalho de Doutorado é relacionado à rotina na escola. A questão da rotina para mim como educadora era difícil porque eu sempre fui uma pessoa meio desorganizada. Em função dessa minha inabilidade de lidar com horários e o descontrole que a rotina fazia sobre minha vida, resolvi escolher um tema que na supervisão de estágio inquietava também as alunas, pois haviam escolas que tinham rotinas pré-determinadas, igual para todas as classes, do berçário aos seis anos. Penso que isso é um absurdo, porque as necessidades das crianças são diferentes. Aí eu resolvi colocar esta questão, só que eu não queria fazer um estudo da rotina dentro da escola. 

- A minha primeira pergunta era: Por que é que se organiza o trabalho pedagógico em torno da rotina na educação infantil? 
Comecei a levantar hipóteses: Será que isso é uma herança da puericultura, será que é uma herança do higienismo? Então, resolvi pesquisar na história e compreender como é esta questão de se constituir uma vida rotinizada. 



OS PRIMEIROS ACHADOS

Até a modernidade as crianças e velhos ficavam todos juntos nos grandes asilos, nos hospitais, não existia o específico. Foi exatamente na modernidade que surgiram essas instituições todas, aí é que vai se trabalhar com o específico: spede vai para hotel; louco para hospício; doente para hospital. Pode-se ver que a raiz de tudo é ho, tudo a mesma origem porque era a mesma instituição que abrigava a todos. E estas instituições vão se constituir na modernidade com este regramento, com esta normatividade. 
A pesquisa também se estendeu ao campo da Sociologia, da Antropologia, da Filosofia, onde questões da religião também vão aparecer na constituição da rotina. 
Assim, a primeira fase da tese foi tentar organizar a parte mais social da rotina, como ela chegou na Educação Infantil.


COTIDIANO OU ROTINA?

A segunda parte do trabalho foi a revisão de literatura dos grandes pedagogos: Froebel, Pestalozzi, Montessori, Dewey. O que esses autores falam de rotina? Depois procurei na literatura brasileira contemporânea o que se fala sobre rotina. 
Eu vou um pouco por aí, fazendo uma distinção entre rotina e cotidiano. O cotidiano é o tempo vivido pela gente; a rotina é uma construção que se faz para organizar o cotidiano. Tento separar porque existe muita gente usando rotina e cotidiano como sinônimos. 
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                   Fonte: revista Zeroseis Numero 2